A vida é uma contagem regressiva, ainda que a premissa seja a ação do pessimismo puro. A ampulheta do tempo escorre sua areia ininterruptamente, soterrando erros, sucumbindo projetos, sufocando esperanças. Balões e cores enfeitam festas regadas a bolos e doces, enquanto se aguarda o clímax dos “parabéns”. Crianças, felizes e de sorte, brincam e distribuem sorrisos a revelia no dia de seus aniversários. Aos miúdos, ainda precários na trama densa da vida, as insanidades da comemoração devem ser abonadas. Quem sabe até incentivadas. Mas aos adultos, barbas e cicatrizes, talvez caiba um alerta repressivo.
O aniversário a partir dos quinze, idade em que começam a se consolidar as interpretações na mente, deve ser elevado à condição de alerta, tão menos que de festa. Mais do que o que fizemos, é hora de pensar no que ainda temos que fazer. Se ainda restam muitos débitos, é impossível furtar-se ao pensamento que menos tempo falta para quitá-los. O apagar das luzes se aproxima, e o baile da vida não demora a findar. Menos dias para se arrepender e pedir perdão. Menos tempo para amar e ser amado. Menos banhos de chuva. Menos praia e sol.
Ainda mais causticante que a certeza de que o tempo corre para o fim, é a dúvida de quando é a linha de chegada. Embebidos do cotidiano, no vai e vem do dia, para tudo temos hora, ainda que sem real motivo. Ignoramos a erraticidade do mundo, e os desígnios misteriosos do acaso ou destino. Não nos damos conta que, num piscar de olhos, a luz pode dar lugar ao sono, e a morte nos beijar selando o juízo, condenando o que não coube hoje, a não ter o amanhã. No fim, as dívidas e remorsos se acumularão, e decantarão na eternidade do espírito. É big é big Rá – Tim - Bum.
Receitas, que amenizem as angustias da vida e sua contagem regressiva, existem, mas não são recomendadas. Apostar seu bem maior, que é viver, em proposições alheias não é algo que se recomende. Das muitas que se possa levantar, talvez a que mais se sustente, é a de que o melhor plano é ser inconsequente, beber da vida sem que, pra que ou quando, não deixando desperdiçar uma gota deste frasco, que quanto mais vazio, mais doce fica.
Caso deseje aderir a esta filosofia, cabe anotar os dogmas que anuncia. Não se conte o tempo, só os desocupados o fazem. Tão pouco dê parabéns. No máximo um abraço e o desejo que, àquele a quem a ampulheta divina roubou mais um ano, aproveite o quanto for possível os giros da roda viva que ainda lhe restam. Carpe Diem, compadre. Carpe Diem!
O aniversário a partir dos quinze, idade em que começam a se consolidar as interpretações na mente, deve ser elevado à condição de alerta, tão menos que de festa. Mais do que o que fizemos, é hora de pensar no que ainda temos que fazer. Se ainda restam muitos débitos, é impossível furtar-se ao pensamento que menos tempo falta para quitá-los. O apagar das luzes se aproxima, e o baile da vida não demora a findar. Menos dias para se arrepender e pedir perdão. Menos tempo para amar e ser amado. Menos banhos de chuva. Menos praia e sol.
Ainda mais causticante que a certeza de que o tempo corre para o fim, é a dúvida de quando é a linha de chegada. Embebidos do cotidiano, no vai e vem do dia, para tudo temos hora, ainda que sem real motivo. Ignoramos a erraticidade do mundo, e os desígnios misteriosos do acaso ou destino. Não nos damos conta que, num piscar de olhos, a luz pode dar lugar ao sono, e a morte nos beijar selando o juízo, condenando o que não coube hoje, a não ter o amanhã. No fim, as dívidas e remorsos se acumularão, e decantarão na eternidade do espírito. É big é big Rá – Tim - Bum.
Receitas, que amenizem as angustias da vida e sua contagem regressiva, existem, mas não são recomendadas. Apostar seu bem maior, que é viver, em proposições alheias não é algo que se recomende. Das muitas que se possa levantar, talvez a que mais se sustente, é a de que o melhor plano é ser inconsequente, beber da vida sem que, pra que ou quando, não deixando desperdiçar uma gota deste frasco, que quanto mais vazio, mais doce fica.
Caso deseje aderir a esta filosofia, cabe anotar os dogmas que anuncia. Não se conte o tempo, só os desocupados o fazem. Tão pouco dê parabéns. No máximo um abraço e o desejo que, àquele a quem a ampulheta divina roubou mais um ano, aproveite o quanto for possível os giros da roda viva que ainda lhe restam. Carpe Diem, compadre. Carpe Diem!