terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eternamente

Querer-te-ei eternamente,
E se achares pedante,
Ficarei afim;
E se achares vulgar,
“Requisitarei a tua presença ao meu lado”;
E se achares formal,
Cantarei Tom e Vinícius;
E se achares clichê,
Farei groove, rap ou funk, que diga o mesmo;
E se achares ridículo,
Rabiscarei um poema;
E se achares cafona,
Pintarei, desenharei, encenarei;
E se diante de meu esforço,
Ficares incrédula,
Calar-me-ei, sem desistir.


Frente a ti, calado, tomar-te-ei a boca
Na esperança que o silêncio,
Amigo da verdade,
Traduza o que há em mim,
Selando através do beijo, que devora teus lábios,
A mensagem que por vezes
E modosinfinitos, quis dizer,
E que direi,
Enquanto teu rosto morar em meu pensamento,
E teu gosto morar em minha alma:
Eternamente.



sábado, 10 de dezembro de 2011

Com você



Segunda balada.


Com você

(Chico)

Com você eu sou apenas eu
Sem disfarces, nem razões para fingir

Só você, é capaz de desvendar
Meus mistérios, e com olhar me descobrir

Olhe nos meus olhos e vai encontrar
Minha alma solitária, triste a esperar
Um sonho, um devaneio , uma ilusão
De amor eterno

Me deite no teu colo quem sabe é você
Meu anjo salvador, o meu bem querer
Minha luz no fim do túnel, minha salvação
Vem que eu te espero

Minha deusa, minha flor,minha revolução
Sol que aqueceu o meu coração
Me aceite e meu tempo já não mais será
Em vão

sábado, 3 de dezembro de 2011

Minha Gente

Esta também é uma escrivaninha de música, fator que deste sua inauguração foi omitido, por falta de coragem em divulgá-la. O sentido de produzir arte, ou algo verossímil a isso, só se completa, se preenche, quando da presença do ouvinte, que compartilha a mensagem que o autor imprimiu, dando a ela sua versão de sentimentos e conexões através de seu olhar.
O desejo é que vários sentidos se completem, e que feito pássaros livres, estas impressões que compartilho possam pousar em vários ouvintes rede adentro, trazendo consigo sensações verdadeiras, e quem sabe, verões.

A primeira canção é uma oração, mal cantada, com todas as outras serão, mas verdadeira; fator igualmente constante.





Minha gente

(Chico)

Amanheceu lá vai Bento
Botas de couro e gibão
Se apóia no firmamento
De ter de brigar o pão

Lá vai meu pobre mulato
Seu peito corta o sertão
Lá vai Maria e o balaio
Sem botas de pés no chão

Essa semana o pão é verde
De macambira é o café
Se num acabou fome reza
Se alimenta de fé

Valei-me meu Padre Cícero
Meu bom Jesus Nazaré
Apóia as pernas de Bento
Mantenha-o firme de pé

Ora Maria cansada
Arrasta o pé, mas não cai
Igarapé ainda ta longe
Mas ela tem fé no pai

Quando chegar com o balaio
Cheio de água a vazar
Um sorriso do mulato
Ela vai arrancar

E a amargura dá leito
Para esperança voltar
De bons tempos de chuva
Pra vida enfim melhorar

Alimente a esperança
Dentro do seu coração,
Mas saiba realidade
É onça sem emoção

Pois clareou e lá vai Bento
Botas de couro e Gibão
Se apóia no firmamento
De ter de brigar o pão