A festa democrática chega ao fim e no apagar das luzes e virar das cadeiras, o momento é de avaliar o que de melhor pode ser aprendido com seus acontecimentos. Muitas lições foram deixadas, ainda que nem todos a quem elas se destinem tenham a disposição de aprender. Nas dualidades da vida, há os que acordarão com cabeças inchadas e doloridas, denunciando a ressaca do que chamam de derrota. Em contrapartida, há os que ainda nem dormiram, e pra quem a festa continua até as responsabilidades chamarem de fato ao trabalho. A nós mortais, garçons deste regalo, cabe mais do que nunca, refletir.
Dilma, a presidenta mulher feminina
O Brasil deu a vitória a Dilma, presidenta do presidente. As manchetes anunciam com gosto, a eleição da primeira presidenta brasileira, fato que merece reflexão. A vitória de Dilma se deve as suas qualidades avaliadas pelo eleitor, das quais o fato de ser mulher não deveria se incluir. Não se pode desejar o fim das diferenciações políticas e sociais entre homens e mulheres, se elevarmos em nível de consideração o sexo de Dilma, assim como é irrelevante considerar qual é sua opção sexual, cor ou posição social. Nunca se viu um candidato afirmando sua masculinidade e fazendo disso argumento eleitoral, cabendo até um exercício de imaginação, quanto à reação de certos segmentos da sociedade caso acontecesse. Diriam: “machismo, hipocrisia, preconceito”. O que de fato seria verdade, tanto quanto o é, afirmar a plenos pulmões a feminilidade de Dilma, dando importância maior a isto, que a seu compromisso, capacidade e inteligência. O presidente é detentor de cargo coletivo, amplo e sem segregações, pensamento que deve partir da própria presidente eleita, a quem cabe a missão de honrar não só as mulheres, a quem faz questão de agradecer pelos votos, mas aos brasileiros como um todo.
Oposição
Estas eleições deram à oposição um pacote de revisões ao qual ela deve, o mais rápido possível, se adequar. PSDB E DEM representam ala mínima que se opõe ao método de governo petista. O DEM, principalmente, precisa injetar finalidade e ideologia em suas bases, perdidas e beirando a extinção. Já o PSDB, deve rever seus pensamentos e aprender finalmente a não ser governo. Unir-se e atrair mais força a coalizão opositora são imperativos, principalmente agora, quando bilhões de verbas públicas serão injetadas nos eventos esportivos internacionais que aqui serão sediados, fator de risco em um país tão corruptível. É papel do Congresso Nacional fiscalizar e orientar este fluxo de investimentos, e lá, PSDB e DEM são minoria, o que os obrigará a subir bastante no caixote se quiserem ser ouvidos com expressão.
O crack interno dos tucanos também deve ser sanado. Polarizações entre paulistas e mineiros só enfraquecem ainda mais a legenda, que também deve rever sua atuação nos estados nordestinos, nos quais encolheu e perdeu força. Para o país, uma oposição frágil em nada acrescenta. Faz bem ao jogo democrático o debate contínuo dos rumos nacionais, e para isso, a oposição precisa se repaginar.
Pesquisas para que?
O processo político brasileiro precisa de reforma urgente, que apalpe desde as questões alicerçais relativas aos partidos e multiplicidade de legendas, até detalhes, não menos importantes, como a regulamentação das pesquisas eleitorais. Não há quem insinue o absurdo de que Dilma e o PT ganharam o pleito presidencial por influência exclusiva das várias pesquisas divulgadas, que sempre mostravam a agora presidente muito a frente do adversário Serra. Isso seria diminuir e menosprezar o trabalho realizado pelo PT, que teve méritos tanto no seu governo quanto na candidatura para continuidade. Ainda assim, é inegável o papel protagonista destas enquetes na última eleição, deixando perplexos mesmo especialistas, com os erros sucessivos, incontáveis e inexplicáveis que se sucederam. Foram tantos e tão crassos, que fica obrigatória uma análise drástica destes procedimentos, quem sabe até de sua finalidade.
É certo que para os comandos de campanha, as pesquisas de intenção de voto representam um norte, que regula o prumo da candidatura. Mas para o eleitor, bombardeado por números que no fim se mostram irreais, não há função clara e definida. É preciso regulamentação e melhoria no processo de pesquisa, aumento do intervalo entre elas, assim como restrição a sua divulgação próxima à votação. Uma atualização dos métodos científicos envolvidos na apuração também é necessária, a fim de diminuir o déficit da margem de erro, que nestas eleições, mesmo quando em boca de urna, foi fatidicamente ultrapassada pela votação real.
Serra
Serra é um grande político. Homem público, dedicado ao trabalho e ambicioso, fator que tende a ser considerado erroneamente negativo, já que ambição também é qualidade, desde que bem medida. Mas só isso não basta. Falta a ele o diferencial, um elemento sublime que não pertence a todos, e que no momento decisivo, desequilibra a balança. Algo que com receio, defini-se carisma. Ética, idoneidade, caráter, são todas características de bons homens públicos e administradores, mas carisma, mesmo entre os bons, poucos tem.
Não é virtude que se compre tão pouco que se conquiste ou ganhe. É poder nato, que nem as mãos de Midas de marqueteiros, pode produzir. Dilma não é um mar de carisma, mas tinha a solução para sua deficiência desde o início da campanha. Fundiu sua imagem a de Lula, que a ela transferiu a simpatia do eleitor. Serra por sua vez, demorou muito a encontrar quem lhe resolvesse a questão, e quando encontrou, foi tarde demais.
Povo
Ao povo, cada ciclo eleitoral representa infinidade de lições a serem aprendidas. É hora de analisar as promessas falsas e as fichas corridas, para quem sabe, depositar novamente no candidato a confiança do voto. Há quem duvide da capacidade intelectual do brasileiro, de seu discernimento e responsabilidade em valorizar de tal maneira seu voto. A favor deste argumento, Tiriricas, Renans, Malufs, Sarneys, Barbalhos e tantos outros. Contra ele, a esperança e a boa fé brasileira.
Destas eleições, esperança e boa fé, esperam melhor proveito do exercício de cidadania. Esperam que os nomes, a quem o voto foi confiado, não sejam esquecidos. Que estejam todos anotados no caderno da memória, e no diário das promessas para que, daqui a quatro anos, quando o ciclo recomeçar, ninguém escape da cobrança pelo que foi desmerecido. E que assim, alimentado o desejo democrático do que é certo, irresponsabilidades, outrora cometidas, não se repitam na boca da urna. Boatos correm que Tiririca se candidatará a presidente da república em 2014. No passo em que estamos quem duvida? Será que melhor do que tá fica? Que os brasileiros dêem a resposta.
Dilma, a presidenta mulher feminina
O Brasil deu a vitória a Dilma, presidenta do presidente. As manchetes anunciam com gosto, a eleição da primeira presidenta brasileira, fato que merece reflexão. A vitória de Dilma se deve as suas qualidades avaliadas pelo eleitor, das quais o fato de ser mulher não deveria se incluir. Não se pode desejar o fim das diferenciações políticas e sociais entre homens e mulheres, se elevarmos em nível de consideração o sexo de Dilma, assim como é irrelevante considerar qual é sua opção sexual, cor ou posição social. Nunca se viu um candidato afirmando sua masculinidade e fazendo disso argumento eleitoral, cabendo até um exercício de imaginação, quanto à reação de certos segmentos da sociedade caso acontecesse. Diriam: “machismo, hipocrisia, preconceito”. O que de fato seria verdade, tanto quanto o é, afirmar a plenos pulmões a feminilidade de Dilma, dando importância maior a isto, que a seu compromisso, capacidade e inteligência. O presidente é detentor de cargo coletivo, amplo e sem segregações, pensamento que deve partir da própria presidente eleita, a quem cabe a missão de honrar não só as mulheres, a quem faz questão de agradecer pelos votos, mas aos brasileiros como um todo.
Oposição
Estas eleições deram à oposição um pacote de revisões ao qual ela deve, o mais rápido possível, se adequar. PSDB E DEM representam ala mínima que se opõe ao método de governo petista. O DEM, principalmente, precisa injetar finalidade e ideologia em suas bases, perdidas e beirando a extinção. Já o PSDB, deve rever seus pensamentos e aprender finalmente a não ser governo. Unir-se e atrair mais força a coalizão opositora são imperativos, principalmente agora, quando bilhões de verbas públicas serão injetadas nos eventos esportivos internacionais que aqui serão sediados, fator de risco em um país tão corruptível. É papel do Congresso Nacional fiscalizar e orientar este fluxo de investimentos, e lá, PSDB e DEM são minoria, o que os obrigará a subir bastante no caixote se quiserem ser ouvidos com expressão.
O crack interno dos tucanos também deve ser sanado. Polarizações entre paulistas e mineiros só enfraquecem ainda mais a legenda, que também deve rever sua atuação nos estados nordestinos, nos quais encolheu e perdeu força. Para o país, uma oposição frágil em nada acrescenta. Faz bem ao jogo democrático o debate contínuo dos rumos nacionais, e para isso, a oposição precisa se repaginar.
Pesquisas para que?
O processo político brasileiro precisa de reforma urgente, que apalpe desde as questões alicerçais relativas aos partidos e multiplicidade de legendas, até detalhes, não menos importantes, como a regulamentação das pesquisas eleitorais. Não há quem insinue o absurdo de que Dilma e o PT ganharam o pleito presidencial por influência exclusiva das várias pesquisas divulgadas, que sempre mostravam a agora presidente muito a frente do adversário Serra. Isso seria diminuir e menosprezar o trabalho realizado pelo PT, que teve méritos tanto no seu governo quanto na candidatura para continuidade. Ainda assim, é inegável o papel protagonista destas enquetes na última eleição, deixando perplexos mesmo especialistas, com os erros sucessivos, incontáveis e inexplicáveis que se sucederam. Foram tantos e tão crassos, que fica obrigatória uma análise drástica destes procedimentos, quem sabe até de sua finalidade.
É certo que para os comandos de campanha, as pesquisas de intenção de voto representam um norte, que regula o prumo da candidatura. Mas para o eleitor, bombardeado por números que no fim se mostram irreais, não há função clara e definida. É preciso regulamentação e melhoria no processo de pesquisa, aumento do intervalo entre elas, assim como restrição a sua divulgação próxima à votação. Uma atualização dos métodos científicos envolvidos na apuração também é necessária, a fim de diminuir o déficit da margem de erro, que nestas eleições, mesmo quando em boca de urna, foi fatidicamente ultrapassada pela votação real.
Serra
Serra é um grande político. Homem público, dedicado ao trabalho e ambicioso, fator que tende a ser considerado erroneamente negativo, já que ambição também é qualidade, desde que bem medida. Mas só isso não basta. Falta a ele o diferencial, um elemento sublime que não pertence a todos, e que no momento decisivo, desequilibra a balança. Algo que com receio, defini-se carisma. Ética, idoneidade, caráter, são todas características de bons homens públicos e administradores, mas carisma, mesmo entre os bons, poucos tem.
Não é virtude que se compre tão pouco que se conquiste ou ganhe. É poder nato, que nem as mãos de Midas de marqueteiros, pode produzir. Dilma não é um mar de carisma, mas tinha a solução para sua deficiência desde o início da campanha. Fundiu sua imagem a de Lula, que a ela transferiu a simpatia do eleitor. Serra por sua vez, demorou muito a encontrar quem lhe resolvesse a questão, e quando encontrou, foi tarde demais.
Povo
Ao povo, cada ciclo eleitoral representa infinidade de lições a serem aprendidas. É hora de analisar as promessas falsas e as fichas corridas, para quem sabe, depositar novamente no candidato a confiança do voto. Há quem duvide da capacidade intelectual do brasileiro, de seu discernimento e responsabilidade em valorizar de tal maneira seu voto. A favor deste argumento, Tiriricas, Renans, Malufs, Sarneys, Barbalhos e tantos outros. Contra ele, a esperança e a boa fé brasileira.
Destas eleições, esperança e boa fé, esperam melhor proveito do exercício de cidadania. Esperam que os nomes, a quem o voto foi confiado, não sejam esquecidos. Que estejam todos anotados no caderno da memória, e no diário das promessas para que, daqui a quatro anos, quando o ciclo recomeçar, ninguém escape da cobrança pelo que foi desmerecido. E que assim, alimentado o desejo democrático do que é certo, irresponsabilidades, outrora cometidas, não se repitam na boca da urna. Boatos correm que Tiririca se candidatará a presidente da república em 2014. No passo em que estamos quem duvida? Será que melhor do que tá fica? Que os brasileiros dêem a resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário