Pai,
Permita que eu veja e me indigne,
Que cada rosto surrado de dor que me encara como esfinge,
Encontre a resposta de seu enigma, desigualdade
Que minha alma, atônita se atormente,
E que ao acompanhar a dor de um irmão doente,
Meus olhos se encharquem da mais cristalina piedade
Não deixai que meu peito se deite em frio,
Acordai-me, o pai, do sono, num assobio
Feito pelo vento do amor fraterno
Alimente-me com a sabedoria da vida incerta,
Não me deixe esquecer que se hoje, estou debaixo da coberta
Amanhã, posso ser réu do retorno eterno
Senhor, aquecei meu coração
Guiai-me pela tua razão
De fazer o bem, sem olhar a quem
E que assim eu finalmente seja
Tua imagem e semelhança como deseja
Para hoje e todo sempre
Amém.
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